sábado, 29 de dezembro de 2012

'Lentes de contacto' para dentes protegem e corrigem


Odontologistas brasileiros têm começado a usar cada vez mais uma espécie de “lentes de contacto” para dentes – são ultrafinas, de porcelana e corrigem imperfeições, manchas e lascas. Este método evita o desgaste do esmalte, pode durar até 20 anos e custa em média 560 euros por dente.

Embora a Associação Brasileira de Odontologia admita que a técnica exista há alguns anos, apenas agora é que tem sido implementada mais regularmente. Cada lente tem entre 0,2 e 0,4 milímetros de espessura e permite que se aumente o tamanho dos dentes, se estiverem demasiado separados, por exemplo.

Antes da sua aplicação é colocado um ácido no dente, para torná-lo poroso, de seguida, põe-se um cimento adesivo e um produto químico chamado silano, composto de silício e hidrogénio, que cola esse cimento na porcelana.

Segundo os dentistas, esse método é contra-indicado para quem range os dentes, tem o hábito de roer as unhas ou morder objectos como pontas de caneta. Nesses casos, as facetas mais grossas são melhores. Por outro lado, quem não tiver esses hábitos, não terá de evitar o consumo de determinados alimentos ou bebidas. A porcelana tem propriedades muito parecidas com as do esmalte do dente, e pode ser até mais resistente.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Saiba como tratar e evitar a sensibilidade dos dentes



Por incrível que pareça, sol, calor e um sorvete “trincando” de gelado não fazem parte dos planos de um em cada quatro brasileiros para o verão que se aproxima. Nada contra o clima tropical. O que preocupa mesmo esta porcentagem de pessoas é o terceiro item. Para quem sofre de sensibilidade dentária, somente pensar em consumir qualquer alimento gelado já traz à tona aquela tão incômoda dor que parte dos dentes, mas parece tomar conta de toda a cabeça em poucos segundos.
A razão do sofrimento são os canais nervosos que compõem o dente. Por baixo do esmalte se esconde uma área de sensibilidade latente. Quando a capa protetora apresenta alguma falha, o resultado é catastrófico: dor na certa. Segundo estimativas das associações odontológicas, cerca de 25% dos brasileiros adultos passam por esse desconforto diariamente. Um número grande que despertou um mercado sempre atento às demandas – hoje, as propagandas de cremes dentais para dentes sensíveis competem lado a lado com as pastas tradicionais.
Para você saber se eles resolvem o problema e o que fazer para evitar a hipersensibilidade dentária, consultamos os dentistas Marco Gapski; Osiris Klamas, Associação Brasileira de Odontologia-Pr; Camila Paiva, professora do curso de Odontologia da Universidade Tuiuti do Paraná. Confira:

1- Creme dental para dentes sensíveis resolve mesmo o problema?
As propagandas prometem, mas os especialistas fazem ressalvas. Os cremes dentais especiais são bem eficientes para eliminar ou diminuir a dor. Porém, não resolvem a causa dela – são apenas uma ação paliativa. Marco Gapski aponta que a sensibilidade pode ser causada por diversos fatores, como consumo de alimentos ácidos, cáries ou gengiva retraída. Para eliminá-la de vez é preciso tratar a sua origem.
Os cremes dentais agem criando uma barreira. Eles são compostos de substâncias que reforçam o esmalte, evitando o contato do alimento com as terminações nervosas. Mas, como em um conto infantil, este efeito mágico tem duração limitada – 24 horas, segundo estudos recentes – e, após o vencimento, é preciso passá-lo novamente. “Fica-se dependente do uso diário destas pastas, que não são baratas (chegam a custar cinco vezes mais do que as tradicionais)”, diz Camila Paiva.

2- Como se livrar da hipersensibilidade na chegada do verão?
Boa notícia para quem quer aproveitar a temporada sem medo de mordidas geladas. De acordo com Osiris Klamas, o tratamento mais comum – a remineralização do dente – pode ser realizado em uma semana. O procedimento, feito em consultório odontológico, usa produtos selantes que devolvem ao dente as substâncias perdidas.
O dentista lembra, no entanto, que é preciso tratar primordialmente a causa para que o problema não volte a incomodar. Às vezes, a sensibilidade denuncia a necessidade de um tratamento de canal ou então é causada pelas cáries – em ambos os casos partes mais profundas dos dentes ficam expostas, causando a dor. A placa bacteriana também é uma inimiga. Ela produz, segundo Camila Paiva, substâncias que destroem as proteções naturais. Outro fator maléfico é a retração da gengiva. “O que protege os dentes das oscilações de temperatura é o esmalte, que é a parte visível. Acontece que algumas pessoas têm a gengiva com extensão menor do que deveria e isso deixa a raiz do dente (que não tem esmalte) exposta, tornando a região sensível”.

3- Como saber o que está causando a sensibilidade?
Consultar um dentista é fundamental. Mas muito antes da visita, é possível ter uma pista do que pode estar gerando o incômodo. Marco Gapski dá a dica:
“Se você sente que a dor atinge vários dentes ao mesmo tempo, é sinal da desmineralização por igual, causada pelo consumo de muito refrigerante, por exemplo. Um tratamento simples pode resolver. Se a sensibilidade é em um ou dois dentes apenas, é sinal de algo mais grave, como um problema de canal.”

4- Pessoas que usam aparelho estão mais sujeitas à sensibilidade?
Problemas à vista para quem precisa usá-los. Em suas estruturas de metal, o aparelho tende a reter placas bacterianas, que é uma das causas da sensibilidade. Além disso, é comum que o aparelho dentário cause a retração gengival, que expõe a raiz do dente. Segundo Camila Paiva, o ideal para quem usa aparelho é fazer bochechos diários com flúor.

5- Adultos estão mais sujeitos à sensibilidade?
Quem tem até 25 anos é quem mais deve se preocupar. Camila Paiva aponta que é até esta idade que o dente está mais propenso à sensibilidade. “Ele ainda está com uma formação jovem e sujeito a má oclusão, que pode deixar áreas menos protegidas”, diz. Apesar deste fato, Osiris Klamas tem observado na prática uma mudança deste perfil, com um maior número de adultos queixando-se da dor. “Quanto mais idade, mais a pessoa pode ter sido submetida aos maus hábitos de escovação e alimentação. Com isso, desenvolve a sensibilidade”, diz. Para escapar, a dica dele não é recomendação nova: estar sempre em dia com as visitas ao dentista.